domingo, 10 de maio de 2020

Pitanga (Eugenia uniflora)

Foi no Mercado dos Lavradores no Funchal que me deparei com este fruto pela primeira vez. Apesar do êxtase gerado pelas bancas repletas de frutos de todas as cores e odores, aquele vistoso fruto saltou-me à vista.
- É pitanga. Não quer experimentar? Disse a vendeira a atirar o barro à parede.
- Não conheço, nunca comi…É bom?
- Uma maravilha, vai ver. Ora prove esta que está madurinha.
Com alguma desconfiança, meti o fruto vermelho-coral à boca e não havia dúvida, era mesmo bom. Ela percebeu isso pela minha expressão e procurou logo aviar o negócio.
-Eu não lhe disse?! Que porção vai querer?
Comprei uns 300 g desses frutos exóticos. E bem me arrependi, porque depois vim a descobrir que a pitanga é bastante perecível. Ficaram mais uns dias no quarto do hotel, vieram às cambalhotas dentro da mala no porão e quando chegaram a Palme estavam transformadas numa pasta avermelhada, em processo de fermentação. O que vale é que parte delas tinha-as comido logo no hotel. Da massa liquefeita de pitanga que trouxe para casa, aproveitei unicamente as sementes. Uma pena!...

A germinação das sementes foi relativamente rápida (menos de dois meses) e as plantas desenvolveram-se bem. Creio que as primeiras flores surgiram logo ao fim de dois anos. Das flores perfumadas que surgem no final do inverno, seguem-se os frutos, inicialmente verdes, depois alaranjados e, por fim, vermelhos. Se os deixarmos estar na planta ficam praticamente pretos. Os frutos lobulosos são moles, sumarentos, perfumados e com um sabor algo exótico. A mim fazem-me lembrar o sabor da tangerina. E a partir do mês de maio começam a ficar maduros (a foto a seguir foi tirada hoje). Diz a bibliografia sobre o tema que a pitanga é um fruto muito saudável, rico em antioxidantes e em vitaminas A e C. O fruto pode ser preparado de várias formas (doces, geleias, sumos), mas eu prefiro assim mesmo ao natural. Como em Palme não temos as mesmas condições naturais da Madeira, mantenho as plantas em vasos, que são devidamente acondicionados em estufa durante o Inverno. Mesmo assim, é notório que as plantas sofrem com o frio (ficam com a folhagem avermelhada e algumas folhas caem), mas logo rebentam em todo o seu esplendor na primavera. 

Uma agradável surpresa que recomendo a quem puder cultivar. Quem nunca provou, tem que experimentar!




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