sábado, 4 de julho de 2020

Covid-19 Barcelos

Os dados oficiais da Covid-19 referentes ao concelho de Barcelos, em termos do número de pessoas infetadas, estão representados na figura em baixo. A curva de infetados teve um crescimento rápido até meados de maio e a partir daí parece ter estabilizado, o crescimento do número de infetados passou a ser menor. A partir de meados de junho, as novas infeções estabilizaram. Até ao dia 30 de junho houve um total de 309 pessoas a testarem positivo à Covid-19 no concelho. Os dados divulgados pela DGS revelam que não se registou qualquer nova infeção no município desde o dia 16 de junho, o que se afigura como um indicador positivo e prometedor. No entanto, ainda hoje foi noticiado que na região norte alguns hospitais, como o Hospital de São João, continuam a receber novos doentes de municípios em que a DGS não comunica novos casos. Os motivos desta descoordenação não foram explicados, mas tal facto poderá criar uma falsa sensação de que a doença está controlada, levando as pessoas a aliviarem a prevenção e, assim, a criar condições para novos contágios. 

A situação continua séria e grave. Em Portugal, como se vê com os casos das regiões de Lisboa e até do Alentejo. E por esse mundo fora continuam a bater-se diariamente recordes de novas contaminações e óbitos. No caso de Portugal, é óbvio que ao contrário do que disse o Marcelo, não houve nenhum “milagre”. A este respeito diga-se que o presidente tem tido vários lapsos infelizes ao longo da pandemia. Para além da afirmação precipitada de que Portugal fora poupado à doença por intercessão divina, não esqueçamos aquela quarentena voluntária a que ele se voluntariou no início da crise sanitária, tendo desaparecido totalmente durante 15 dias. Foi grave porque o país, atordoado com a crise repentina em que mergulhara, precisava de quem dirigisse o barco. Bem, oo menos deve ter sido bom para os seus seguranças que, finalmente, puderam descansar um pouco! E também não se confirmou o que alguns projetavam: que o vírus iria desaparecer com a chegada do verão e do calor. Pelo contrário, o vírus continua ativo e a propagar-se. Julgo que os próximos tempos irão continuar como estão. Surtos a aparecerem aqui e ali, os grupos mais vulneráveis (idosos em lares) a serem os principais alvos, comportamentos de risco e pessoas a furarem as regras, nomeadamente com festas e ajuntamentos. Mas talvez o pior esteja para vir mais lá para o final do ano, com uma possível segunda vaga da pandemia. Ninguém sabe. 

A história, por exemplo, mostra-nos que na pandemia de 1918-20, houve várias vagas, tendo sido a segunda a mais letal em Portugal. É evidente que o vírus não é o mesmo, a medicina está mais evoluída e, sobretudo, as pessoas estão mais informadas. No entanto, é um cenário provável. Resta-nos, pois, ficar atentos, vigilantes e evitar comportamentos de risco. Mas sem fazer disso uma obsessão, que nos prive de fazer o que mais gostamos!


Fonte: DGS.
Evolução do número de casos Covid-19 em Barcelos