domingo, 30 de agosto de 2015

Festas de Agosto

Toda a gente gosta de Agosto. É o mês das férias, do calor, dos banhos de sol e de mar, dos passeios e das viagens, das churrascadas e das patuscadas ao ar livre, das noitadas nas esplanadas com tremoços e cerveja, do reencontro com os que estão distantes, dos engarrafamentos e entupimentos nas praias e locais de diversão, das festas e romarias, dos bailaricos à volta de capelas iluminadas, dos amores e das paixões fugazes como o calor, que logo se dissipa com as névoas vindas do mar.

No mês de Agosto, Palme enche-se de gente. É precisamente nesta altura que se tem uma noção mais clara da enorme quantidade de pessoas que emigraram. Em muitos casos foram famílias inteiras que deixaram para trás a terra, os amigos e os restantes parentes. Ao certo, quantas pessoas de Palme estarão emigradas? Muitas com certeza como é possível constatar pelo movimento que se nota durante o mês de Agosto, nomeadamente nas festas, onde as pessoas acorrem em maior número. E este mês não faltaram ocasiões festivas para as pessoas se juntarem. Ao todo foram três fins-de-semana seguidos de festas.

No dia 9 comemorou-se o Dia da Freguesia, com comes e bebes à borla, animação musical, atuação do Auto de Floripes, exposição de artesanato, entre outras atividades a decorrerem debaixo de um calor burro.

No fim-de-semana seguinte nova festa, desta vez em honra da Senhora dos Remédios. Esta festa, como é sabido, esteve em risco de não se realizar, pois a Comissão nomeada não tomou conta. Com o passar do tempo, a Fabriqueira lançou o repto para que se formasse uma nova Comissão. Os pedidos caírem em saco roto mas, já tardiamente, acabou por organizar-se uma nova comissão que se encarregou de preparar a festa. O grupo trabalhou bem e a festa lá se fez nos moldes habituais. Houve comediantes (mais desbocados do que recomenda uma festa religiosa), grupos musicais, espuma e dj’s, uma sessão de fogo-de-artifício muito gabada e os atos religiosos do costume, com destaque para a sempre majestosa procissão. A festa teria corrido melhor se não fosse a chuva que caiu, quer no sábado ao início da noite, quer no domingo de manhã. Na verdade, a chuva na festa da Senhora dos Remédios é relativamente frequente e diz-se mesmo que a Senhora é herdeira da chuva. Isto tem uma explicação. Antigamente era frequente fazerem-se preces e romarias à capela da Senhora dos Remédios a pedir chuva. E dizem os mais velhos que estas rezas resultavam pois, mais tarde ou mais cedo, acabava sempre por chover. E tanto assim foi que a chuva pela altura da festa começou a ser habitual. Isso levou a que a festa, inicialmente celebrada no início de Setembro (como a da Senhora dos Remédios de Lamego), passasse para meados de Agosto. Mas não adiantou muito porque a chuva, ano sim, ano não, lá vai marcando a sua presença.

Volvida uma semana, nova festa, desta feita no campo de futebol, na inauguração das novas e sumptuosas instalações desportivas. A obra foi abençoada e benzida pelo padre e pela água que desabou das nuvens, houve novamente comes e bebes à borla para todos, animação musical e o foguetório que estas ocasiões recomendam. Como é do conhecimento de todos, esta obra foi concluída em tempo recorde com o apoio de diversas entidades e pessoas, nomeadamente do Sr. Leitão. Sem o seu empenho e os seus generosos donativos não teria sido possível concluir, em tão pouco tempo, uma obra desta envergadura e com a qualidade que lhe é reconhecida. É um verdadeiro mecenas e a freguesia podia erguer-lhe uma estátua, porque ele bem o merece.

E foi assim que se passou o mês de Agosto em Palme, com três festas consecutivas, coisa inédita que propiciou diversos momentos de confraternização e de convívio entre as pessoas da terra. O pessoal até parece que está a ficar mal habituado, pois já se perguntava por aí onde era a festa do fim-de-semana de 29 e 30?