quinta-feira, 31 de julho de 2014

Palme em obras

A freguesia de Palme, desde finais de maio, está transformada num enorme estaleiro. Ele são retroescavadoras, máquinas giratórias, dumpers, cilindros, camiões, gruas, betoneiras, carrinhos de aterro, rumas de canudos de betão e uma azáfama de operários de coletes refletores que, de trastes em punho, escavam, martelam, picam, assentam e betonam. Há ruas condicionadas, pontes cortadas, trânsito proibido, troços congestionados pelo movimento anormal, que põem à prova a perícia dos condutores com cruzamentos tangenciais e manobras providenciais. A maior parte dos trabalhos está relacionada com a recuperação dos caminhos e das ruas afetadas pelo mau tempo. As obras começaram em maio (curiosamente na semana das eleições europeias), na rua do Eirado, com a reconstrução do muro de suporte ao rio, a que se seguiu a repavimentação da respetiva rua. Daí os trabalhos passaram para montante da ponte da Aldeia, onde já foi reconstruído o muro do lado da rua e colocado um novo pontão a substituir o que foi arrastado pela fúria das águas. A ponte sobre o ribeiro do Fulão foi também substituída. Seguiu-se a repavimentação dos troços danificados das ruas de Paranhos e Roça. Há ainda muito trabalho pela frente, nomeadamente nos lugares da Aldeia e Paranhos, pelo que as obras, que seguem em ritmo pachorrento, se deverão arrastar por vários meses até que tudo esteja concluído. Outras obras de repavimentação de caminhos têm avançado noutros pontos da freguesia, como em Cessal (Calçada dos Frades).

Ao mesmo tempo, o edifício da escola velha foi finalmente recuperado. Desentulhada de toda a casta de porcarias que ali foram acumuladas durante anos a fio, pintada, com portas e janelas novas e restaurada por dentro, a escola velha já nada se parece com o que alguns chamaram de “Casal Ventoso” de Palme, uma autêntica chaga ali exposta à vista de quem passava na estrada nacional. Para além de reposta a dignidade que o edifício merecia, está a servir de espaço de ocupação dos tempos livres das crianças da terra. Uma verdadeira obra de misericórdia é o que se pode dizer da requalificação física e funcional que foi feita ao edifício.

Mesmo em frente, no jardim da sede da Junta, foi escavado um buraco de onde se ergueu um robusto caixote de betão armado, que se destina à colocação de uma caixa multibanco. Este era também um equipamento que fazia muita falta em Palme, pois obrigava a sucessivas deslocações às freguesias vizinhas. Em breve terminarão, pois, estas peregrinações e, com elas, o triste fado dos palmenses sentirem que eram menos que os outros, pois nem eram merecedores de terem uma caixa multibanco na terra.

Na capela da Sr.ª dos Remédios foram feitas diversas obras de recuperação do edifício, como a substituição da cobertura, que estava bastante deteriorada. O recinto da capela (tal como o da capela do Sr. dos Aflitos) vai passar a dispor de balneários, um equipamento que também faz muita falta por questões de higiene e de salubridade públicas, sobretudo no período das festividades. Quem deverá torcer o nariz à obra serão os proprietários dos terrenos adjacentes que, assim, se virão privados da fertilização à borla que era feita por todos aqueles que não tinham bexiga de almude nem intestino de paquiderme. Uma pena porque depois da festa era só fresar o terreno e ver os nabos greleiros, viçosos e repolhudos, a medrarem de dia para dia…

Da responsabilidade da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia e da Comissão Fabriqueira, estes são alguns exemplos das diversas obras que estão a decorrer em Palme e que pretendem repor o que a natureza destruiu, melhorar a imagem da freguesia e a qualidade de vida dos seus residentes. É caso para dizer, utilizando o anúncio de uma entidade financeira, Palme está a dar a volta!