Como já devem ter reparado, as lâmpadas e os candeeiros de
iluminação pública de Palme foram substituídos ao longo das últimas semanas.
Esta iniciativa que para já abrange apenas a iluminação ao longo da estrada
nacional 305 enquadra-se no projeto “Mais Eficiência Energética na Iluminação
Pública do Cávado” que foi celebrado entre a Câmara Municipal de Barcelos e o
Fundo de Eficiência Energética. Em Barcelos, a concretização deste projeto tem
um custo de 828 000 Euros e visa reduzir a fatura do município com a
iluminação pública. Em 2012, por causa da subida da eletricidade e do respetivo IVA para 23%, a estratégia de poupança
energética foi outra. O município decidiu simplesmente desligar a iluminação pública entre as 02:00H e as 06:00H da manhã, deixando todo o concelho às escuras, com exceção do perímetro urbano da cidade. Este período de trevas noturnas foi alvo de um coro de críticas por parte de
muitos autarcas, cidadãos e da oposição ao executivo municipal, nomeadamente
por questões relacionadas com a segurança. E em finais desse mesmo ano, a Câmara aboliu a medida, referindo que o apagão lhe rendera cerca de 400 mil Euros de poupança.
A decisão tomada pela Câmara Municipal é agora a de
substituir as lâmpadas de sódio da iluminação pública pelas modernas lâmpadas
de LED, que consomem menos 60% que as equivalentes lâmpadas tradicionais. Além
disso, acendem mais rapidamente que as de sódio, que precisavam de alguns
minutos para a iluminação atingir todo o seu brilho. E as lâmpadas LED têm uma
maior longevidade. Porém, a substituição é uma operação cara porque para além
da substituição das lâmpadas, é também necessário trocar os candeeiros. Aquelas
campânulas retangulares ou cónicas de alumínio deram lugar a uns candeeiros,
mais estreitos e esguios, de aparência mais atraente e moderna. Os elevados
custos envolvidos nesta operação fazem com que o retorno do investimento com a
poupança energética só se consiga daqui por cinco ou seis anos. Mas a medida é,
obviamente, positiva uma vez que Portugal tem uma grande dependência energética
do exterior e, uma boa parte da eletricidade é ainda produzida a partir de
fontes não renováveis. Portanto, é uma medida positiva do ponto de vista
económico e ambiental.
A luz dos novos candeeiros é mais branca e deslavada que a
das lâmpadas antigas, que era mais amarelada. Há quem diga que a iluminação dos
LED causa um maior desconforto visual e que, em áreas residenciais, pode até
provocar perturbações no sono, porque a luz branco-azulada interfere na hormona
que regula o sono. E a mudança vai requerer algum tempo para habituação à nova
tonalidade da luz. Em algumas curvas da estrada nacional o feixe de luz emitido
pelos candeeiros dá a sensação que vem em sentido contrário um carro com faróis
LED. Mas ao dobrarmos as curvas logo nos apercebemos que se trata de uma falsa
sensação criada pelos novos candeeiros.
Independentemente dos aspetos negativos, a modernização
da iluminação pública é uma iniciativa que promove um desenvolvimento
socioeconómico mais sustentável, sendo portanto mais um bom exemplo do
contributo que o desenvolvimento tecnológico pode acarretar para o ambiente e
para a qualidade de vida das populações.
Antigos candeeiros com lâmpadas de sódio
Novos candeeiros com lâmpadas LED
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