Ao longo dos últimos meses tem-se
assistido a várias mudanças em Palme, que eram simplesmente impensáveis de
acontecer há algum tempo. Num dos últimos posts referia-me ao facto da
freguesia estar transformada numa espécie de estaleiro, tantas eram as obras e
intervenções que estavam a decorrer em paralelo. Entretanto, muitas delas já
estão concluídas, entre as quais a recuperação das ruas afetadas pelo mau tempo.
Apesar de esta ser a face mais visível da mudança, até porque muitas destas
intervenções eram prioritárias, como o comprovam as atividades de apoio às crianças que decorrem na escola velha (outrora um depósito de lixo) ou a forte
afluência de público à caixa multibanco. Até em coisas simples, como
as iluminações natalícias, se notam progressos, como foi possível comprovar
pelas bonitas e variadas decorações que foram colocadas na sede da Junta e no
largo defronte à escola velha. As trevas natalícias do passado deram pois lugar
a belas iluminações. Só não vê quem não quer!
Mas não é
sobre estas mudanças físicas de que gostaria hoje de falar, mas sim sobre a
animação sociocultural que de súbito surgiu na nossa terra. Até há pouco tempo,
este tipo de atividades estava ligada a festas religiosas,
nomeadamente à festa da Srª dos Remédios e à do Stº André (quando havia). Fora
isso, atividades de confraternização e de entretenimento, nem vê-las. Ou então era necessário ir às terras vizinhas. Pois bem, este estado de
paralisia parece estar a mudar, como o comprovam as diversas iniciativas de
caráter cultural e recreativo que foram promovidas na freguesia ao longo do
último ano. Estas atividades, da responsabilidade da recém-criada Associação
Palmilhar, são de louvar, pois vieram colmatar um grande vazio que existia na
nossa terra. Durante meses a
fio não havia qualquer iniciativa ou dinâmica do ponto de vista social e
cultural, não se passava praticamente nada durante todo o ano. A festa de Natal foi um dos exemplos do meritório trabalho
que a Associação está a desenvolver. Integralmente protagonizada por pessoas da
terra, que cantaram, representaram e divertiram, a festa de
Natal serviu para demonstrar que existem muitos valores e talentos na nossa
terra. Isto a juntar às outras associações já mais antigas, como o Rancho e o
Auto de Floripes, que também têm participado nestas
iniciativas. Afinal Palme tem futuro e há pessoas empenhadas em resgatar a
freguesia do marasmo em que estava mergulhada!
Como se justifica que só agora
surgisse esta dinâmica? Apesar de não se poder dizer que Palme é uma terra de
gente acomodada (veja-se o grande número de pessoas que emigraram ao longo dos
últimos anos por causa da falta de emprego, deixando para trás a família e os
amigos), sempre houve alguma obstinação à mudança, o receio de dar um passo no
desconhecido, a dúvida na capacidade dos outros. O primeiro momento da viragem
terá sido a mudança operada na Junta, que inclusivamente apoiou a formação da
Associação. Depois, a partir de um núcleo de pessoas competentes e dinâmicas
foi criado um grupo que, de forma voluntária, trabalha em prol da freguesia e
das suas gentes. O que parece ter faltado durante muito tempo foi a existência
de condições e de estímulos para que este tipo de atividades fossem promovidas,
pois estas pessoas (assim como muitas outras com valor) sempre estiveram por
cá.
E as iniciativas da Associação continuam, pois de
acordo com a página no facebook, vai iniciar-se em breve um curso de karaté e
no dia 15 de Fevereiro haverá um desfile de Carnaval. Todas estas iniciativas
eram impensáveis ainda há pouco tempo e é isso que nos mostra que Palme está a
mudar. Ainda bem!
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