Desde que Portugal se encontra
sob a pata dos agiotas estrangeiros que perdemos a nossa soberania, não só
financeira, como política. O governo ajoelha-se perante as ordens dos
estrangeiros e mais não faz que aplicar a receita prescrita pelos médicos
legistas da troika. Se os protetores receitarem duas pastilhas de cicuta a cada
português, o nosso governo receita três. Portugal transformou-se no Coliseu de
Roma: na arena esfolam-se vivos os portugueses para gáudio e contentamento da
plateia, composta por alemães, holandeses, finlandeses, austríacos e de outras
paragens civilizadas. Os portugueses são os bárbaros cujo sacrifício e morte
servem de entretenimento à assistência. Na cadeira de César está a chanceler
Merkel e à volta a sua guarda pretoriana: a troika.
Nos tempos modernos, Merkel
é o rosto da austeridade sem fim, da imposição da finança sobre as pessoas, da
tecnocracia sobre a democracia, da desorientação de uma Europa sem rumo. Merkel
vê Portugal como um país de malandros e de preguiçosos, que querem viver como
os alemães. Por isso, há que lhes cortar vencimentos e pensões, reduzir-lhe os
feriados e as férias, aumentar o horário de trabalho, reduzir-lhe os direitos
sociais, obrigá-los a pagar taxas exorbitantes pelos empréstimos que pediram (para
benefício dos bancos alemães!), aumentar os impostos e as contribuições sobre o
trabalho e sobre todos os tipos de rendimento que têm, subir os impostos sobre
o consumo, taxar tudo o que mexe e rasteja, forçar as pessoas a emigrar para
verem o que custa a vida lá por fora.
Estas são as ideias da senhora Merkel, que foram tão exemplarmente implementadas em Portugal (que
rico aluno!). Por estar a causar tanta dor e sofrimento e, sem ter legitimidade
para o fazer, Merkel é amaldiçoada pelos povos do Sul da Europa. Aquando da sua
visita a Portugal, o ano passado, não faltaram manifestações de protesto que se
insurgiram contra a sua presença, referindo alto e bom som “A Merkel não manda
aqui”.
Pois bem, em Palme também anda
por aí uma Merkolina. Tal como a Merkel, não é da terra e gosta de impor a sua
vontade, nomeadamente nos assuntos relacionados com a igreja. A criatura assume-se
como uma pretensa protetora do pároco e dos assuntos religiosos, mas não tem
legitimidade para o fazer. É evidente que o pároco pactuou e consentiu que esta
ave de arribação assumisse a importância que julga ter. Porém, é mais que
notório que há um flagrante oportunismo por parte desta senhoreca que,
apercebendo-se da senilidade e das fraquezas do padre, aproveitou para se impor
como uma espécie de governanta da paróquia. Quem se dirigir à residência para
tratar de algum assunto dá invariavelmente de cara com esta rabugenta que, de
ar sisudo e contrafeito, resmunga que o pároco não está disponível para receber
ninguém, que está a descansar, que se encontra indisposto, que está ocupado,
que agora só amanhã e se calhar bem. É ela que decide quando e em que condições
se pode falar com o clérigo da freguesia. Mas a sua jurisdição vai mais longe e
estende-se já ao adro e à própria igreja. Dá pareceres negativos e repreende
eventos organizados no adro, não autoriza que se tirem fotografias junto à
igreja, interfere em assuntos relacionados com o grupo coral e com a catequese.
Mas como se tudo isto não bastasse, consta que a criatura até já dispõe dos códigos
bancários da conta da Fabriqueira. Se for verdade, como é possível que alguém
tenha dado o acesso de uma conta bancária, que gere dinheiros provenientes da
fé e da crença dos paroquianos, a uma pessoa de fora? E isso ainda levanta mais
suspeitas sobre as suas reais motivações em andar agarrada à batina do padre,
pois como diz o povo “de boas intenções está o inferno cheio”.
Como é natural, esta história
está a indignar muita gente, que pretende correr com ela daqui para fora a
toque de caixa. No pároco não se podem depositar grandes esperanças, porque
para além de estar manipulado pela mandona, encontra-se manietado pelas suas
próprias debilidades físicas e mentais. Por isso, fala-se num baixo assinado
contra a presença desta Merkolina, com o objetivo de lhe demonstrar que é persona non grata em Palme e que, também
ela, não manda aqui.
Na verdade, este episódio é mais um que ilustra o
crescente afastamento entre a igreja e a população local. Para tal muito
tem contribuído a postura do padre e a decadência das suas celebrações. Mas
resulta também do desinteresse das pessoas, que permitem que estes oportunistas
se imponham desta forma. Já lá vai o tempo onde um pároco em Palme, ao sair de
manhã da residência, se deparou com uma faca espetada na porta com um papel e
com um alguidar aos pés. Foi um aviso para nunca mais. Agora ninguém se importa
com nada….
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