Proponho agora realizar uma breve análise pelo histórico das eleições para a Assembleia de Freguesia de Palme. Desde o 25 de Abril até ao momento houve 10 momentos eleitorais. Até às eleições de 1985, os mandatos autárquicos eram de três anos e, a partir daí, passaram a ser de quatro anos. Neste período de 33 anos, a Junta de Freguesia (eleita a partir da composição da respectiva Assembleia), teve quatro presidentes: um deles, o primeiro, eleito pelas listas do PS e todos os restantes pelas listas do PSD. Foram eles os Srs. Abílio Bernardino Pereira (1976-1979), José Rodrigues da Silva (1979-1993), Justino de Sá Gomes (1993-2001) e Arlindo Vila Chã (2001-2013?). Assim, conclui-se que o maior “consulado” foi o do Sr. José Rodrigues da Silva que se manteve 14 anos à frente dos destinos da freguesia. Além disso, verifica-se que nunca se apresentaram mais de três listas às eleições tendo isso apenas acontecido nas eleições de 1976 (CDS, PS e PSD), de 1989 e de 1993 (CDU, CDS e PSD) e nas de 2001 (CDU, PS e PSD). Por outro lado, constata-se que em dois momentos, em 1997 e em 2005, apenas se apresentou uma lista ao eleitorado (do PSD).
Em termos de resultados eleitorais obtidos por cada partido, a CDU apresentou três listas no decurso destes 33 anos, mas obteve registos sempre muito magros, uma vez que nunca ultrapassou os 2,5% de votos. A CDU é claramente uma força política com pouca expressão nesta freguesia de carácter conservador e esta lista só parece surgir pela carolice de alguns esquerdistas mais afoitos. Por seu turno, as listas do CDS foram a votos cinco vezes, tendo logrado o melhor resultado (42,1%) em 1993. As eleições desse ano foram disputadas em condições muito particulares, pois devido a divergências internas, os elementos da Junta eleita em 1989 (no caso o Secretário e o Presidente) desentenderam-se e apresentaram-se ao eleitorado por listas diferentes em 1993: o anterior Secretário da Junta (Justino de Sá Gomes) como cabeça de lista do PSD; e o anterior Presidente (José Rodrigues da Silva) como cabeça de lista pelo CDS, ou seja, candidatando-se por um partido diferente daquele por que tinha sido eleito. A lista do PSD viria a ganhar com cerca de 11% de avanço sobre a do CDS. Em relação ao PS, foram quatro as listas submetidas ao sufrágio dos Palmenses. O melhor resultado foi alcançado logo nas primeiras eleições, obtendo 50% dos votos e ficando 16% à frente do PSD, o que lhe permitiu eleger o primeiro presidente da Junta de Freguesia. Nas eleições seguintes e também devido a rupturas internas, houve elementos da Junta PS que se candidataram por outro partido (PSD), o que viria a enfraquecer e a arredar o PS da Junta nas eleições seguintes. Por último e a partir de 1979, as listas do PSD foram sempre as mais votadas, tendo sido obtido o registo mais elevado (85% dos votos) em 1997 numa situação de lista única. Com excepção das primeiras eleições, o resultado obtido pela lista do PSD em 2009 foi o pior de sempre, de que resultou também a vitória menos folgada, pois esta lista só obteve mais 8% (mais 65 votos) do que a lista do PS.
No que se refere aos votos brancos e nulos, os valores mais elevados ocorreram em anos em que só foi apresentada uma lista aos eleitores, nomeadamente em 1997 quando atingiram 14,7% e em 2005 quando superaram a fasquia dos 20%, a percentagem mais elevada de sempre. Por outro lado, os valores de abstenção também acompanham esta tendência, pois são sempre mais elevados quando apenas concorre uma lista. O valor mais alto ocorreu também em 2005, quando não foram votar 35% dos inscritos.
Estes números indicam que a existência de uma lista única não motiva nem mobiliza tanto os eleitores, uma vez que o resultado “são favas contadas”; por outro lado, estes números sugerem que existe margem para a outras candidaturas, que poderão absorver os votos brancos/nulos (que podem ser interpretados como votos de cidadãos que não se revêem/acreditam na lista candidata) e atrair um maior número de eleitores. De facto, as eleições mais disputadas, como as de 1993, 2001 e de 2009 mostram que há uma redução substancial da abstenção e dos votos brancos/nulos. Por exemplo, nas eleições deste mês atingiu-se o valor mais baixo de abstenção (17,7%) e a menor percentagem de brancos/nulos (2,1%). A tendência do voto útil e a “contagem de espingardas” que é feita por cada uma das listas nos momentos de maior disputa eleitoral atraem um maior número de palmenses à assembleia de voto. Para tal contribui a existência de campanhas mais intensas (ruidosas entenda-se), o estreitamente de redes de proximidade (e de caciques) e outras manobras menos ortodoxas e mais obscuras, que procuram assegurar o “x” dos mais indecisos/desinformados no quadrado certo. Estes mesmos ingredientes, uma vez mais, parece que estiverem presentes nestas últimas eleições. Mas disso me ocuparei mais adiante.
Em termos de resultados eleitorais obtidos por cada partido, a CDU apresentou três listas no decurso destes 33 anos, mas obteve registos sempre muito magros, uma vez que nunca ultrapassou os 2,5% de votos. A CDU é claramente uma força política com pouca expressão nesta freguesia de carácter conservador e esta lista só parece surgir pela carolice de alguns esquerdistas mais afoitos. Por seu turno, as listas do CDS foram a votos cinco vezes, tendo logrado o melhor resultado (42,1%) em 1993. As eleições desse ano foram disputadas em condições muito particulares, pois devido a divergências internas, os elementos da Junta eleita em 1989 (no caso o Secretário e o Presidente) desentenderam-se e apresentaram-se ao eleitorado por listas diferentes em 1993: o anterior Secretário da Junta (Justino de Sá Gomes) como cabeça de lista do PSD; e o anterior Presidente (José Rodrigues da Silva) como cabeça de lista pelo CDS, ou seja, candidatando-se por um partido diferente daquele por que tinha sido eleito. A lista do PSD viria a ganhar com cerca de 11% de avanço sobre a do CDS. Em relação ao PS, foram quatro as listas submetidas ao sufrágio dos Palmenses. O melhor resultado foi alcançado logo nas primeiras eleições, obtendo 50% dos votos e ficando 16% à frente do PSD, o que lhe permitiu eleger o primeiro presidente da Junta de Freguesia. Nas eleições seguintes e também devido a rupturas internas, houve elementos da Junta PS que se candidataram por outro partido (PSD), o que viria a enfraquecer e a arredar o PS da Junta nas eleições seguintes. Por último e a partir de 1979, as listas do PSD foram sempre as mais votadas, tendo sido obtido o registo mais elevado (85% dos votos) em 1997 numa situação de lista única. Com excepção das primeiras eleições, o resultado obtido pela lista do PSD em 2009 foi o pior de sempre, de que resultou também a vitória menos folgada, pois esta lista só obteve mais 8% (mais 65 votos) do que a lista do PS.
No que se refere aos votos brancos e nulos, os valores mais elevados ocorreram em anos em que só foi apresentada uma lista aos eleitores, nomeadamente em 1997 quando atingiram 14,7% e em 2005 quando superaram a fasquia dos 20%, a percentagem mais elevada de sempre. Por outro lado, os valores de abstenção também acompanham esta tendência, pois são sempre mais elevados quando apenas concorre uma lista. O valor mais alto ocorreu também em 2005, quando não foram votar 35% dos inscritos.
Estes números indicam que a existência de uma lista única não motiva nem mobiliza tanto os eleitores, uma vez que o resultado “são favas contadas”; por outro lado, estes números sugerem que existe margem para a outras candidaturas, que poderão absorver os votos brancos/nulos (que podem ser interpretados como votos de cidadãos que não se revêem/acreditam na lista candidata) e atrair um maior número de eleitores. De facto, as eleições mais disputadas, como as de 1993, 2001 e de 2009 mostram que há uma redução substancial da abstenção e dos votos brancos/nulos. Por exemplo, nas eleições deste mês atingiu-se o valor mais baixo de abstenção (17,7%) e a menor percentagem de brancos/nulos (2,1%). A tendência do voto útil e a “contagem de espingardas” que é feita por cada uma das listas nos momentos de maior disputa eleitoral atraem um maior número de palmenses à assembleia de voto. Para tal contribui a existência de campanhas mais intensas (ruidosas entenda-se), o estreitamente de redes de proximidade (e de caciques) e outras manobras menos ortodoxas e mais obscuras, que procuram assegurar o “x” dos mais indecisos/desinformados no quadrado certo. Estes mesmos ingredientes, uma vez mais, parece que estiverem presentes nestas últimas eleições. Mas disso me ocuparei mais adiante.
